O que é?

Tendo como proposta central enfatizar a importância do milho, o milho crioulo, em sua correlação com a memória das tradições do plantio do milho brasileiras e sustentáveis – livre de agrotóxicos e do seu uso utilitarista proposto pelas transnacionais do agronegócio – o Projeto Pirapoca propõe exercer o plantio destes cultivares. Tendo em vista que o projeto foca suas atividades no contato com alunos do ensino médio que, por meio de atividades lúdicas, busca despertar a atenção destes jovens para o lugar do milho no imaginário coletivo. Sabendo-se que atualmente este imaginário vem sendo influenciado pela racionalidade do agronegócio “como a maior commodity do mercado mundial”, propomos um (re)encantamento das tradições do plantio – pelos povos vulneráveis, incluindo os agricultores familiares – e observamos a necessidade de cultivar este alimento, nós mesmos, de modo a simular as condições vividas no campo, de experimentarmos preparações culinárias com as espécimes nativas e poder mostrar à comunidade externa algum conhecimento relevante acerca do milho nativo. A partir da prática da “agricultura-experimental”, experienciamos também a correlação intrínseca presente no plantio e culto ao milho em diversos povos ameríndios, os quais compreendem o mundo como regido por sujeitos humanos e não-humanos com pontos de vista específicos de uma unicidade objetiva da natureza, segundo o conceito de perspectivismo do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro. Também, realizamos um acompanhamento do cultivo e objetivamos a criação de uma nova ação extensionista, agora com foco nos alunos do ensino fundamental, com atividades lúdicas que evoquem a memória social por meio de “contação de histórias” sobre o milho e o plantio e cultivo do cereal.

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